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Funções - Tipos Psicológicos

Texto elaborado pela psicóloga Wilma Antonia Nubiato.
 

– Tema: Os tipos Psicológicos e os Quatro Elementos –
Atividades Expressivas: Mandala Surpresa – Quatro Elementos
– Tema: Extroversão e Introversão (Substituição da Profa Cristina)
Atividades Expressivas:
– Tema: Funções Racionais – Pensamento e Sentimento
– Tema: Os tipos Psicológicos e os Quatro Elementos - Atividades Expressiva : Mandala Surpresa – Quatro Elementos – A Revelação
 
– Tema: Extroversão e Introversão
Atividades Expressiva : Função Sensação_ Pintura em tela-(cola e terra)
 
– Tema: Funções Racionais – Pensamento e Sentimento
Atividade Expressiva- O caminho secreto-( fios e linhas)- Nos colocar de fora da situação para poder observá-la sem critica. Fortalecer e desenvolver as funções auxiliares e a inferior e responder as nossas questões existenciais.
 
Tema: Funções Irracionais – Sensação e Intuição
Atividade expressiva- Minha Pedra- elemento que favorece a tomada de consciência por iluminar com sua luz o que não está visível- A retomada da plasticidade psíquica,o que petrificou pode  tornar fluidez e flexível, e trabalha o desapego, promove um movimento de liberação do passado,tornando  o futuro novas possibilidades, com segurança e ousadia, transformando novas circunstancias  



Descrição Geral dos Tipos – Psicologia dos Tipos
Segundo Jung- designarei os primeiros como tipos de disposição e o segundo tipos funcionais

Os tipos gerais de disposição:
Introvertido

Extrovertido

Introvertido- comporta-se da maneira adequada à abstração
No fundo, está sempre disposto a privar o objeto de libido como se tivesse de evitar e impedir a preponderância do objeto

Extrovertido comporta-se positivamente em face do objeto. Afirma a sua significação em tal medida que
orientará sua propensão subjetiva no sentido do objeto  e relacioná-la à consigo próprio de um modo constante.

No fundo o objeto nunca tem para ele valor suficiente e por isso tem de acentuar-se a sua significação.

Os dois tipo são completamente distinto e o contraste é de tal maneira evidente e estamos familiarizados com essa natureza, fechada, difícil de conhecer, freqüentemente tímidos, que constituem a mais flagrante contrate  com aquele as outras natureza abertas e acessíveis, que se dão bem com todo mundo, ou que talvez briguem e discutas,mas estabelecem sempre uma relação as demais pessoas e permitem que estas influam nelas.

Os tipos distribuem-se indiscriminadamente a uma causa inconsciente instintiva, a relação entre sujeito e objeto, uma relação de ajustamento.

Ex: Numa família um filho é introvertido e o outro extrovertido.

O que ocorre é fenômeno psicológico de ordem geral, um precedente biológico de uma ou outra espécie, uma vez que toda relação entre sujeito e objeto pressupõe sempre efeitos modificados de um sobre o outro. Essas modificações constituem o ajustamento

As disposições típicas a respeito do objeto são, portanto, processo de ajustamento.
Um caminho é o da fecundidade intensificada, com um poder de defesa e duração de vida relativamente escassos em cada individuo.

O outro caminho é o da dotação do individuo com múltiplos meios de conservação própria, mas de fecundidade relativamente diminuta.

O que uma consegue por relações em massa, a outra o consegue por um monopólio.

A criança inclusive o bebê, possuirá, já embora de natureza inconsciente, essas capacidade de ajustamento psicológico, a qual resulta, sobretudo,do caráter peculiar das reações especifica provocada na criança pela influência materna, mas também pode ser abalado se recorrermos ao fato, igualmente indiscutível de que em dois filhos da mesma mãe é possível encontrar, desde muito cedo tipos completamente distintos,sem que se possa comprovar qualquer alteração na disposição típica da mãe.

O fato decisivo típica de buscar-se na própria disposição da criança haverá que atribuir à disposição individual, dada a maior igualdade possível de condições externas, a inclusão das crianças, num ou noutro tipo.

Sempre que se verifica semelhante falsificação do tipo imposta por uma influência estranha, o individuo acabará geralmente neurótico, com o decorrer do tempo e sua cura Jô será possível restaurando nele a disposição que naturalmente lhe correspondia.

Uma inversão de tipo pode  em certas circunstancia prejudicar  imenso o bem estar fisiológico do organismo.

 

Tipo Extrovertido

Disposição da consciência

Todos nós sabemos que cada individuo, se orienta de acordo com os dados que o mundo exterior lhe fornece.
Quando predomina a orientação segundo o objeto e o objetivamente dado,de modo que as principais e mais freqüentes decisões e ações estejam condicionadas não por pontos de vistas subjetivas mas por circunstancia objetivas falamos do tipo extrovertido.

Quem vive diretamente de acordo com as relações objetivas e seus requisitos no bom ou no mau sentido é extrovertido.

O objeto representa em suas consciências, como grandeza determinante, uma função mais importante do que a do seu ponto de vista subjetiva.

A sua força determinante é menor do que as das condições objetivas exteriores. Sua intimidade entrega-se à exigência externa, não sem luta, por certo, mas no fim das contas, a decisão favorece sempre a condição subjetiva.

Toda a sua consciência está olhando para fora, pois a determinação importante e decisiva sempre vem de fora,
O interesse e a atenção acompanham os acontecimentos objetivos, sobretudo os do mundo que nos cerca.
Recorre diretamente a determinações e dados objetivos através dos quais integralmente se explica por assim dizer.

O atuar está evidentemente referido as relações objetivas.
Não mostra a qualquer tendência seria para ultrapassar tais limites.
Nos eventos objetivos as leis morais do trato entre pessoas ( a da ação pessoal) coincidem com os requisitos correspondente da sociedade ou com a concepção moral vigente.

Esse severo relativismo da pessoa, ante os fatores objetivos de maneira alguma supõe, como poderia parecer, uma adaptação total, inclusive ideal às condições gerais da vida.

O que ele fizer fora acomodar-se, não ajustar-se, pois o ajustamento requer algo mais do que o cômodo estar de acordo, sem obstáculos, com quaisquer condições que, em cada caso, se destaque no seu mundo imediato e circundante.

O ajustamento exige a observância daquelas leis que representem algo mais universal do que as circunstancias histórico temporais e locais.

Na simples acomodação reside com efeito, a limitação do tipo extrovertido normal.

O tipo extrovertido deve agradecer sua normalidade, por um lada à circunstancia de acomodar-se quase sem dificuldade serias as condições dada, não tendo, naturalmente outra pretensão que não seja a de esgotar as possibilidades, como por exemplo escolher a profissão que neste lugar e neste momento lhe oferece possibilidades mais promissoras, fazer ou produzir aquilo que de momento é preciso, evita e toda a novidade que não seja de uma convincente evidencia deixar de fazer quanto excede aquilo que de nós se espera.

O extrovertido leva em conta a efetividade de suas necessidades subjetivas este é o seu ponto frágil, pois a tendência do seu tipo desloca de tal maneira de dentro para fora, que até o mais evidente para os sentidos de todos os fatos objetivos, a  saúde do corpo não é tudo suficientemente em conta considerado como coisa pouco objetiva, muito pouco exterior, e assim não chega sequer a verificar-se a satisfação, imprescindíveis para o bem estar físico.

O corpo resiste-se para não mencionar a alarma.

Só se dará conta do poder de equilíbrio quando tiver as primeiras sensações físicas anormais.
Uma disposição demasiado extrovertida pode chegar a um tal extremo contra o sujeito que este acabe totalmente sacrificado.

Ex: aumento dos negócios, muitas encomenda, é preciso corresponder às possibilidades que se oferecem até esgotá-las.

O risco que o extrovertido corre é de ser absorvido pelos objetos, perdendo-se ele próprio neles totalmente.
As perturbações funcionais (nervosa) ou físicas, que assim ocorrem, têm um significado compensados, pois obriga o sujeito a uma restrição involuntária.

A forma de neurose do tipo extrovertido é a histeria.

O caso histérico clássico está sempre caracterizado por uma superlativamente exagerada relação com as pessoas, bem como por uma acomodação, realmente imitativa, és circunstancia que é uma de suas peculiaridade características, tornar-se interessante e causar impressão nas pessoas.

Traça correlativo sugestionabilidade o ser influenciável por outra pessoa, a repreensão da mentira histérica.
O caráter histérico é, em primeiro lugar um exagero da disposição normal, logo complicado com reações compensadores por parte do inconsciente, as quais perante a exagerada extroversão, impõem a introversão, à energia psíquica, mediante perturbações físicas. Pela reação do inconsciente surge outra categoria de sintoma que se reveste de um caráter mais introvertido.

A fantasia mórbida ( outras patologias – mania, esquizofrenia- depressão.)

Disposição do Inconsciente

Relação entre inconsciente e consciência tem um caráter compensatório, tendência da disposição extrovertido,
O tipo extrovertida está sempre disposto à entrega, em favor do objeto e á assimilação do seu sujeito ao objeto, portanto uma compensação da disposição extrovertida realce de maneira especial, o fator subjetivo, quer dizer comprovar-se à no inconsciente uma tendência acentuadamente egocêntrica.

A disposição do inconsciente tem uma espécie de caráter de introversão, concentra a energia no momento subjetivo quer dizer sobre todos os requisitos e necessidade que uma disposição consciente excessivamente extrovertida oprimiu ou reprimiu.

O homem leva sempre consigo toda a sua história da humanidade. Os requisitos inconscientes do extrovertido possuem um caráter primitivo infantil e egoísta.

Essas tendências ( pensamentos, desejos, afetos, necessidades, sentimentos, etc,) segundo o grau em que são reprimidos adotam um caráter agressivo quer dizer quanto menos reconhecidos forem, tanto mais infantis e arcaicos se tornam.

Esse resto de um poder ainda apreciável é o que se deve considerar como instinto primitivo. O instinto não pode ser suprimido pelas imposições arbitrarias de um único individuo, pois que, para isso acontecer, seria necessária a transformação lenta e orgânica de muitas gerações, visto ser o instinto a expressão energética de uma determinada conformação orgânica.

Assim na opressão de toda e qualquer tendência acaba sempre por ficar uma dose considerável de energia que corresponde ao poder instinto e mantém quantidades de energia tenha passado ao nível inconsciente.
Quanto mais completa e arcaica será a disposição inconsciente.

O egoísmo que caracteriza a disposição inconsciente é algo que, por vezes excede largamente o infantil, alcançando os limites do brutal e do perverso.

Mas se  chegar ao exagero do ponto de vista consciente, o inconsciente manifesta-se, quer dizer, o egoísmo, o infantilismo e o arcaísmo perdem seu caráter compensador original e adotam uma atitude de oposição, mais ou menos aberta, contra a disposição consciente.

Isto acontece, em primeiro lugar por uma absurda exacerbação do ponto de vista consciente que deveria servir para uma opressão do inconsciente, mas, que, regra geral, redunda numa “ reductio ad asurdum”  da disposição o consciente. Isto é, um colapso.

O desfecho catastrófico também pode ser uma espécie subjetiva, adotando a forma de um colapso nervoso. Isto ocorre sempre que a reação inconsciente é capaz de paralisar, finalmente a ação consciente.

Por razões culturais, a muitas vezes necessária opressão dos requisitos infantis e primitivos leva facilmente à neurose ou ao abuso de substâncias entorpecentes, como álcool, morfina, cocaína etc. em casos ainda mais graves, essa divergência tem por desfecho o suicídio.

Constitui uma características peculiar das tendências inconscientes o fato de que, na mesma medida em que, por seu não reconhecimento consciente, são privadas de energia, adotam um caráter destrutivo e deixam de ser compensatórias,

O fato de que a disposição do inconsciente compensa a do consciente se manifesta, em geral, no equilíbrio psíquico.

Num mesmo individuo observar-se ao, sob qualquer situação numerosos processos psicológicos em que o mecanismo da introversão intervém.

Só chamamos extrovertido ao hábito em que predomine o mecanismo da extroversão.

Nesse caso, observa-se sempre a função psíquica mais diferenciada sendo empregada extrovertidamente, ao passo que as funções menos diferenciadas são introvertidamente empregadas, isto é, a função de valor superior é, em geral,consciente e está submetida, de modo mais completo, ao controle da consciência e do objetivo consciente, enquanto as funções menos diferenciadas também são menos conscientes ou são em parte inconscientes, estando sujeitas, em muito menor grau, ao árbitro consciente.

A função de valor superior subentende sempre a expressão da personalidade consciente, suas finalidades, sua vontade e suas realizações, ao passo que as funções inferiores diferenciadas dizem respeito às coisas que acontecem correntemente às pessoas.

Na disposição extrovertida, as funções inferiormente diferenciadas denunciam sempre um extraordinário condiconalismo subjetivo de declarada egocentricidade  preconceito pessoal o que demonstra sua íntima relação com o inconsciente.

O inconsciente irrompe constantemente na superfície do evento psicológico consciente, o que torna muitas vezes difícil ao observador determinar quais são as características que correspondem inconscientes Da disposição do observador, quer dizer, se este aprende com mais facilidade o caráter consciente ou o inconsciente de uma dada personalidade. De modo geral um observador de orientação judicativa compreenderá melhor o caráter consciente, enquanto o observador de orientação perceptiva sentira mais  o influxo do caráter inconsciente.

A primeira função está sempre diferenciada num grau superior às outras, evidenciado estas, a primeira função produz uma impressão de normalidade, ao passo que nas segundas se encontram elementos de conteúdo anormal ou patológico.

As Particularidades das Funções Psicológicas Fundamentais na disposição Extrovertido

O Pensamento
Orienta-se no sentido do objeto e dos dados objetivos. O pensamento extrovertido é determinado, em maior grau, pelos últimos, o juízo pressupõe sempre uma norma, para o juízo extrovertido é principalmente válida a norma que se obtém através das relações objetiva.

O pensamento extrovertido de maneira alguma necessita ser um pensar em fatos puramente concretos, visto poder ser também, sem dúvida alguma, um pensar puramente ideal na medida em que se possa provar que as idéias com que se pensa foram em sua maior parte recebidas do exterior, isto é, que se trata de idéias transmitidas pela tradição, pela educação e pela formação pessoal.

O critério crítico para apurar se um pensamento é extrovertido baseia-se, em primeiro lugar, na questão de saber qual a norma seguida pelo juízo, ou seja, se foi tomado do exterior ou é de origem subjetiva.
Também pode servir de critério a direção adotada pelas conclusões, isto é a questão de saber se o pensamento se orienta ou não de preferência, para o exterior, é a direção que ele irá adotar, quer dizer, se no seu processo ulterior de evolução me levará ou não, de novo, para o domínio de dados concretos e objetivos, de fatos exteriores ou genéricos, de conceitos previamente dados.

Pensamento introvertido
Um Gênero de pensar completamente distinto, ao qual será difícil negar o direito à designação de pensamento, isto é, um gênero que não se orienta no sentido da experiência objetiva imediata, nem no das idéias gerais e objetivamente transmitidas.

Esse processo subjetivo paralelo tem a natural e só mais ou menos evitável tendência para subjetivar o objetivamente dado, quer dizer, para assimilá-lo ao sujeito.

Ora, se a ênfase recair sobre o processo subjetivo o resultado será aquela outra espécie de pensamento que se opõe ao tipo extrovertido, isto é, a direção que se orienta no sentido do sujeito e do subjetivamente dado.
Um pensamento que parte do subjetivamente dado e se rege pelas idéias subjetivas ou fatos de natureza subjetivas.

O pensamento extrovertido só chega, portanto a ser um fato quando a orientação objetiva ganha certa preponderância, se fosse fascinada pelo objeto e não pudesse existir sem sua orientação exterior.
É quase como se aderisse ao cortejo dos fatos exteriores ou atingisse o seu auge quando se une a uma idéia de validade universal. Parece agir incessantemente sobre ela o objetivamente dado, não lhe sendo possível chegar a qualquer conclusão sem contar primeiro com a anuência do objetivo.

É por isso que ambos os pontos de vista são incessantemente antagônicos e mutuamente hostis., pois ambas as orientações são unilatareais e de validade restrita, razão porque necessitam justamente dessa mútua influência. Semelhante tipo de pensar, naturalmente, apóia-se no objetivamente dado, mas associar a experiência com uma idéia objetiva, tal pensar tem,por objetivo uma idéia subjetiva, é incapaz de chegar a uma experiência prática e conserva-se portanto, numa situação mais ou menos tautológica.

Mentalidade materialista, quando a conseqüência de uma determinação reforçada pelo objeto do pensar extrovertido fica subordinada ao objetivamente dado, por uma parte, perde-se completamente na experiência singular e, por outra provoca um acumulo de materiais empíricos não assimilados.

 A massa opressiva de experiências singulares mais ou menos desligada entre si dá lugar a um estado de dissociação mental que exige, além do mais,uma regular compensação psicológica. Consiste essa compensação numa idéia tão simples quanto universal que propiciará a associação entre as várias parcelas do conjunto acumulado, mas intimamente dissociado ou pelo menos, uma conjetura de associação.

Tipos Pensativo Extrovertido.
De modo regular predomina sempre uma ou outra função. Quando entre as funções psicológicas, se atribui ao pensamento a primazia, quer dizer quando em sua orientação vital o individuo é principalmente guiado pela meditação vital o individuo é principalmente guiado pela meditação reflexiva, de maneira que toda ação derive de motivos intelectuais pensados ou revele, pelo menos uma tendência para que assim aconteça, é porque se trata de um tipo pensativo.

Este tipo evidenciará por definição e na medida em que se trate de um tipo puro, a tendência para subordinar todas as suas manifestações humanas a conclusões intelectuais que, em última análise, orientam-se sempre com base no objetivamente dado, quer se trate de fatos objetivos ou de idéias de validade universal. Esse tipo humano não só para si próprio como para os que o rodeiam, concede o poder decisivo à afetividade objetiva ou à sua formula objetivamente orientada.

É bom tudo o que corresponda favoravelmente, uma tudo o que contradiga a formula e é contingente tudo quanto ocorra indiferentemente à margem dela, se faz lei do mundo. O tipo pensativo extrovertido não só se subordina à sua fórmula como pretende também que assim procedam todos quem não o fizer prevarica e contradiz\ a lei do mundo, pois seu ideal terá de ser uma realidade, uma verdade universalmente válida.

Mas quando mais limitada for a fórmula tanto mais este tipo aparecerá com aas características do critico eternamente descontente,argumentador e auto suficiente que desejaria  encaixar-se a si próprio e aos demais num determinado esquema dá lugar a um impedimento e provoca a exclusão de outras formas de atividade vital.
As formas irracionais, tais como as experiências religiosas as paixões , são freqüentemente erradicadas até a inconsciência total, uma existência quase sempre inconsciente, as formas vitais reprimidas pela disposição intelectual far-se-ão sentir indiretamente,perturbando o comportamento vital consciente, essa perturbação atinge um elevado grau de intensidade, é costume falarmos de neurose.

Em resultado da relativa ou total inconsciência das funções e tendências excluídas pela disposição consciente, elas não costumam ultrapassar um estado relativamente rudimentar. Então uma situação de inferioridade em face da função consciente. Enquanto são inconscientes, encontram-se misturadas aos demais conteúdos inconscientes, razão por que adquirem um caráter bizarro.

Não há função que possa ser eliminada em sua totalidade. Tudo o mais é passível de uma considerável desfiguração. Na medida em que os sentimentos permitam sua configuração e subordinação arbitrária, apoiarão fatalmente a disposição consciente e adaptar-se-ão a suas finalidades.

 Mas isso é possível até certo ponto. Uma parcela do sentimento conserva-se insubmissa a tem que ser reprimida. Se isto se conseguir, o plano consciente esvai-se e, ao abrigo da consciência, desenvolve uma atividade que contraria aquelas finalidades conscientes e  por vezes consegue obter efeitos cuja aparição constitui um enigma para o próprio individuo.

Somente uma função do sentimento em situação de inferioridade, que atua de maneira atrativa e inconsciente, pode provocar semelhantes desvios em pessoas que, em todos os demais aspectos são excelentes.

A inferioridade do sentimento, nesse tipo ainda se demonstra de outra maneira. A disposição consciente, é, segundo a um ponto tal que, com freqüência os interesses pessoais são substancialmente menosprezados, em prol do ideal. Não é por causa da elevada impersonalidade da disposição consciente, mas em virtude dessa mesma impersonalidade que os sentimentos inconscientes são extraordinariamente  secretos, como seja, por exemplo, certa propensão para interpretar erradamente qualquer oposição objetiva à fórmula como prova de má vontade pessoal, ou para estabelecer sempre um pressuposto negativo das qualidades de outras pessoas, a fim de enfraquecer de antemão seus argumentos e assim, criar, naturalmente, uma proteção para a própria suscetibilidade. É freqüente a suscetibilidade inconsciente fazer que o tom da linguagem seja áspero, cortante e agressivo.

Os sentimentos revestem-se do caráter urgente, e tardio que é próprio de uma situação de inferioridade. Por isso se evidencia uma declarada tendência para o ressentimento. Quanto mais forte for a repressão dos sentimentos, tanto mais perigosa e secretamente influem no pensamento, que em tudo o mais pode ser impecável.

O ponto de vista intelectual que, em virtude do valor que efetivamente lhe corresponde deveria porventura aspirar ao reconhecimento geral, sofre uma alteração característica, provocada pela influência da suscetibilidade pessoal inconsciente, torna-se dogmático e rígido. A verdade será exposta até o ponto em que o público comece a perceber que, evidentemente, trata-se menos da verdade do que do seu progenitor pessoal.
O dogmatismo do ponto de vista intelectual sofre, por vezes, em virtude da interferência inconsciente dos sentimentos pessoais inconscientes, outras alterações singulares que são atribuíveis ao sentimento, numa acepção estrita, do que à intromissão de outros fatores, igualmente inconscientes que se misturam  no inconsciente, ao sentimento reprimido, convertendo-se a própria fórmula , assim adquire também o caráter de valor absoluto que é essencialmente próprio,torna-se uma espécie de superstição intelectual. Entretanto todas as tendências psicológicas reprimidas por ela reúnem-se no inconsciente como oposição e provocam acesso0s de hesitação, de dúvida  e vacilação.

O pensamento do tipo reflexivo extrovertido é positivo, quer dizer cria. Conduz a novos fatos ou então a concepções gerais baseadas em materiais díspares da experiência. São de modo geral sintéticos.

Neste caso, ao haver nele uma carência relativa de significação, nota-se igualmente a falta  do que caracteriza uma atividade vital positiva. Vai no rastro das outras funções, torna-se epimetéico, contentando-se em ruminar ainda que de modo incongruente, em suas cogitações, tudo o que precedeu, o que já aconteceu, limitando-se o0 criador noutra função, o pensamento deixa de ser progressivo para torna-se paralisante. Seu critério revela um nítido caráter de inerência, quer dizer, reduz-se aos limites do material que lhe é dado. Sem que jamais os ultrapasse.

Assim, não só se mantém sob a influência do objetivamente dado, mas inclusive, submete-se ao fascínio da experiência singular e nada a respeito desta nos declara que não tenha já sido dito por ela própria. Ora, se uma função distinta do pensar chamar a. Si num grau elevado a primazia na consciência o pensar, na medida em que for consciente e se encontrar subordinado diretamente à função predominante adota um caráter negativo, projetado.

O Sentimento
Na disposição extrovertido, o sentimento orienta-se para o objetivamente dado, quer dizer, o objeto é o determinante insubstituível do modo de sentir. Mesmo nos casos em que, aparentemente, manifesta alguma independência em relação à qualidade do objeto concreto, situa-se, não obstante, sob o domínio de valores tradicionais ou de valores que, de algum modo, têm uma vigência geralmente aceita.

Conveniência, não se trata absolutamente, de uma questão de simulação ou, muito menos ainda, de mentira, mas de verdadeiros atos de acomodação, de conveniente adaptação.

O sentimento extrovertido tem de passar igualmente por certo processo de diferenciação, até ficar livre de todos os ingredientes subjetivos. As valorizações que resultam do ato de sentimento respondem diretamente a valores objetivos ou, pelo menos, a certos padrões de valores tradicionais difundidos.

Neste aspecto, o sentimento extrovertido é uma potência benfeitora, razoável e eficiente, tanto quanto o pensamento extrovertido. Mas esses salutares efeitos perdem-se logo que o objeto recebe um excessivo influxo. Nesse caso o sentimento extrovertido concentra demais a personalidade no objeto, quer dizer, o objeto assimila a pessoa, perdendo-se o caráter pessoal do sentimento, que constitui o seu principal encanto.
O sentimento torna-se frio, objetivo desconfiado. Percebe-se pose ou teatralidade, se bem que o intuito egocêntrico seja ainda inteiramente inconsciente, o sentimento perde por completo seu calor humano original, gera um efeito de pose, de volubilidade, de insegurança, que deixa de inspirar confiança e, nos casos mais graves produz um efeito de histerismo.

O tipo sentimental extrovertido
Na medida em que o sentimento constitui inegavelmente, uma particularidade mais evidente na psicologia feminina, do que o pensamento encontraremos no sexo femininos tipos sentimentais melhor definido. Poder-se-ia dizer, portanto, que a personalidade se adaptou às circunstâncias objetivas.

Os sentimentos correspondem a situação objetivas e a valores vigência geral,seu pensamento nunca é sui generis, constitui antes um apêndice epimetéico de seu sentimento. Enquanto o sentimento o consentir, pode pensar, que possa provocar uma perturbação do que ela sente, é logo rejeitada desde o primeiro instante. Nem chega sequer a ser pensada,

O sentimento perde seu caráter pessoal, inverte-se num sentir em si próprio e fica-se com a impressão de que a personalidade se dissolveu completamente no sentimento em questão. A base do Eu, apesar de tudo manter-se-à idêntica a si própria e opor-se-á constantemente, de maneira nítida  a mudança de estados sentimentais,
 O grau de dissociação entre o Eu e o estado sentimental que se evidencia em cada caso surgem com maior ou menor intensidade os sintomas de divergência  interna, ou seja a disposição do inconsciente, inicialmente compensadora, converte-se em declarada oposição.

Já vimos que o tipo sentimental extrovertido é o que mais reprime seu pensamento, justamente por ser o pensar que provoca a maior perturbação do sentir.

Por esse motivo, o pensamento, por seu lado, ao querer chegar a um resultado autêntico, exclui o sentimento de tudo o que lhe é possível, visto nada existir que possa perturbar e falsear com maior facilidade que os valores sentimentos.

O pensamento do tipo sentimental extrovertido, enquanto função independente é reprimido. Tolera-se-lhe que fique a serviço do sentimento melhor dito como seu escravo. Por isso o conteúdo inconsciente desse pensamento é infantil arcaico e negativo

O pensamento inconsciente vem à superfície sob a forma de ocorrências, muitas vezes com o caráter de observações cuja natureza é de modo geral, negativa e desvalorizadora.. Por isso, nas mulheres desse tipo, há momentos em que os piores pensamentos se unem, precisamente aqueles objetos que mais valorizam o sentimento. O pensar negativo recorre a todos os preconceitos e paralelos infantis capazes de provocarem uma vacilação, no que diz respeito ao valor sentimental, e mobiliza todos os instintos primitivos para poder explicar os sentimentos como nada como tal, exige-se também a intervenção do inconsciente coletivo, das totalidade de imagens primordiais, de cuja elaboração resultará a possibilidade de uma regeneração da disposição noutra base. Desse tipo é a histeria, com, seu mundo inconsciente de características representações infanto sexuais.

Resumo dos tipos Racionais
Tipos racionais ou Judicativos, caracterizam pelo primado das funções racionais ou julgadoras. É característico de ambos os tipos da vida estar subordinada, em elevado grau, ao juízo ou critério racional.

A racionalidade do comportamento vital consciente de ambos esses tipos pressupõe uma exclusão consciente do contingente e irracional. Essa restrição da percepção e da intuição não é absoluta. Tais funções nunca deixaram de existir, e o que sucede é estarem seus produtos submetidos à seleção do juízo racional, conseqüentemente, num estado menos diferenciado, o que imprime um cunho peculiar ao inconsciente.
A racionalidade de ambos os tipos está objetivamente orientada, depende do objetivamente dado, correspondendo, pois, ao que se reveste de validade racional no coletivo. Subjetivamente, nada para eles possui validade racional, uma vez que a razão subjetiva estão sempre sob a ameaça de repressão e quando são vítimas dela caem sob o domínio do inconsciente, que em tal caso revela particularidades bastante desagradáveis.

Percepção
Na disposição extrovertida, a percepção está predominantemente condicionada pelo objetivo. Dessa maneira surge uma inequívoca vinculação sensorial aos objetos, na medida em que os objetos suscitam percepções adquirem validade e são integralmente aceitos pela consciência, enquanto isto for possível por meio da percepção, quer convenha ao juízo racional, quer não, são admitidos na consciência todos os processos objetivos, desde que suscitem percepções., ou os processos concreta e sensorialmente perceptíveis provocam percepções na disposição extrovertidas e exclusivamente aqueles que qualquer pessoa, em qualquer momento, percebe como objetos concretos. O individuo orienta-se, portanto, por fatos puramente sensoriais.

O tipo Perceptivo Extrovertido
Não há tipo humano que se iguale ao tipo perceptivo extrovertido em realismo. O seu sentido objetivo dos fatos está extraordinariamente desenvolvido. Acumula em sua vida experiências reais sobre o objeto concreto e quanto mais este  fo9r destacado, tanto menos uso fará de sua experiência. Nas fases inferiores, esse tipo corresponde ao homem da realidade palpável, sem propensão alguma para as reflexões e sem intuitos de predomínio. Seu motivo constante é perceber o objeto, ter sensações e gozá-las tanto quanto possível. Nada pode ser, mais concreto e real.

Os pressupostos e hipóteses à margem desse fato, ou que o excedam, só são aceitos na medida em que reforcem a percepção. Somente procura a percepção mais intensa que, de acordo com a sua natureza virá sempre do exterior. Em qualquer caso, só respira à vontade diante da realidade palpável.

A existência de um conflito psíquico parecer-lhe-a uma fantasia anormal. Seu ideal são os fatos reais e, a tal respeito, dá provas da máxima consideração. Não possui idéias ideais. Mas dessa maneira, o inconsciente também passa de uma função estabilizadora para a oposição declarada. Sobretudo, as intuições reprimidas impõem sua presença ativa no objeto sob a forma de projeções, declaram-se fobias de todas as espécies e, sobretudo,  uma sintomatologia obsessiva.

Tudo isto, provém das funções reprimidas inferiormente, diferenciadas, que nesses casos defrontam rudemente a consciência e manifestam com tanto maior evidencia quando parecem fundamentar-se nas mais absurdas hipóteses, em completo contraste com o sentido consciente dos fatos. Toda a cultura do sentimento e do pensamento surge deformada como primitivismo doentio, nessa segunda personalidade.

Quando a sua disposição atinge um nível extremo de parcialidade anormal está, por isso, num perigo tão grande de cair sob as garras do inconsciente como ao aderir conscientemente ao objeto. Se chegar a sucumbir a uma neurose, é muito mais difícil tratá-lo por métodos racionais, pois as funções a que o médico se dirige encontram-se num estado relativamente indiferenciado pelo que pouco ou nada se poderá confiar nelas. É exigida amiúde a pressão afetiva para que chegue a estar consciente de algum,a coisa.

A Intuição
A intuição como função da percepção inconsciente, orientar-se completamente, na disposição extrovertida, para os objetos exteriores. Sendo a intuição, sobretudo, um processo inconsciente, é muito difícil definir conscientemente sua essência. Assim como obtém inconscientemente uma vidência, exerce também uma influência inconsciente no objeto.

Essas imagens têm o valor de certos conhecimento que influem decisivamente na ação, desde que a intuição exerça o predomínio.. A percepção dificulta a pura e ingênua vidência, sem preconceitos, com importuna excitações sensoriais que fazem  derivar a visão para domínios físicos, quer dizer, precisamente para aquelas coisas a que a intuição pretende chegar. Mas para que a intuição se concretize, a percepção terá de ser reprimida ao máximo.

A intuição procura descobrir possibilidades no  objetivamente dado e é por isso que, como simples função coordenada ( quer dizer, quando porventura não desfrute primazia), serve também outra função acerta com a solução para uma situação, que parece não tê-la. Se á intuição se atribuir o primado, todas as situações da vida cotidiana parecem espaços fechados que a intuição teve de abrir.

Constantemente procura saídas e novas probabilidades de vida exterior. Para a disposição intuitiva, toda a situação vital acaba por ser, a curto prazo, como uma prisão, uma algema de que é preciso libertarmo-nos.

O Tipo Intuitivo extrovertido
O intuitivo nunca será atraído para onde possa encontrar valores de uma realidade universalmente reconhecida, mas para onde encontre possibilidade. Tem um sentido apurado para o latente prenhe de futuro. Jamais se adapta a situações estáveis, que existam e estejam solidamente radicadas há muito tempo, de valor universalmente reconhecidos mas limitado.

Como anda sempre em busca de novas possibilidades, corre perigo de asfixia nas circunstancias estáveis. Onde subsistir uma possibilidades, aí se agarra toda a sua vida com uma força de destino; A razão e o sentimento não o deterão nem o amedrontarão em face de uma nova possibilidade. A moralidade do intuitivo não é intelectual nem sentimental. É pouca a sua consideração no que diz respeito ao bem estar das pessoas que o cercam.

Que se sintam bem, ou ele próprio, considera um argumento sem solidez. Também não respeita as convicções e hábitos dos que vi8vem à sua volta, pelo que não é raro ser reputado como individuo imoral e aventureiro sem escrúpulos.

Quando é de boa índole, quer dizer, quando não é excessivamente interesseiro pode realizar grandes coisas como precursor ou iniciador. Não há como o intuitivo para animar e entusiasmar por algo novo, se bem que esteja disposto a abandonar na primeira ocasião os mesmos a quem animara e entusiasmara. Quanto mais forte é a intuição, tanto mais seu sujeito se funde com a possibilidade intuída..

Essa disposição tem seus grandes riscos, pois o intuitivo fraciona sua vida com enorme facilidade, ao exercer uma influência animadora sobre pessoas e coisas, difundindo vida, exuberante à sua volta, mas uma vida que ele não vive e só  os outros. Quando o intuitivo chega a esse ponto extremo, seu inconsciente já está agindo contra ele. O inconsciente do intuitivo revela certa semelhança com o tipo perceptivo.

O pensamento e o sentimento aparecem relativamente reprimidos e dão lugar no inconsciente a pensamentos e sentimentos infantis, arcaicos e do tipo que é característico no perceptivo. Emergem também sob a forma de projeções intensas e tão absurdas as do tipo perceptivo, faltando-lhes apenas, em minha opinião o caráter místico, pois preferem referir-se, na maioria dos casos, a coisas concretas, quase reais como presunções sexuais, financeiras, ou a presságios de doenças de morte.

Pretende estar livre e desvinculado, como o tipo perceptivo, em virtude de não sujeitar suas decisões a juízos racionais, mas pelo contrário, unicamente à percepção das possibilidades contingentes. Na esfera da consciência, comporta-se perante a percepção e o objeto percebido com soberana superioridade e desprezo., porque não vê o objeto que todos podem ver e passa-o por alto de um modo parecido ao que adota o tipo perceptivo.. Por seu lado o objeto prepara a sua vingança sob a forma de idéias obsessivas hipocondríacas, de fobias e toda casta de sensações físicas absurdas.

Resumo dos tipos Irracionais
Considero irracionais os dois tipos precedentes pela razão, já exposta de que baseiam sua ação e seu prescindir de ação, não em juízos racionais, mas na intensidade absoluta da percepção, superioridades.
De fato, são apenas empíricos ao máximo, baseiam-se exclusivamente na experiência, a tal ponto que seu juízo não é capaz de acompanhar a experiência e fica para trás dela. Mas as funções judicativas existem, porém, embora arraste em sua maioria, uma existência inconsciente. Essas características evidenciam uma natureza infantil e até primitiva,

Do ponto de vista da disposição racional, poderá facilmente parecer que se trata de indivíduos racionalistas, segundo o seu verdadeiro caráter, e que obedecem sempre a uma premeditação, no seu pior sentido. Mas semelhante conceito só se aplicaria ao seu inconsciente e de maneira alguma à sua psicologia consciente, a qual está completamente organizada sobre os alicerces da percepção e, por sua essência irracional é inacessível ao juízo reacional

Na disposição extrovertida, a relação psíquica está sempre regulamentada por fatores objetivos e por condições externas, aquilo que se é interiormente nunca tem importância decisiva. No que diz  respeito ao problema das relações hu8manas, a disposição extrovertida dá-nos uma medida, em princípio, na cultura atual. É claro que o princípio introvertido também a dá mas considerar-se uma exceção e exige que se apele para a tolerância.

O tipo introvertido
Disposição da consciência
O tipo introvertido distingue-se do extrovertido pelo fato de que não se orienta, como o segundo, pelo objeto e pelo objetivamente dado, mas por fatores subjetivos.

A disposição extrovertida observa, sem dúvida, as condições exteriores, mas elege como decisivas as determinações de caráter subjetivo. É um tipo que se orienta de acordo com aquele fator da percepção e do conhecimento que representar a disposição subjetiva capaz de admitir a excitação dos sentidos..

O tipo extrovertido cinge-se sempre aquilo que recebe do objeto. Esquece-o com excessiva facilidade que toda percepção e todo conhecimento se encontram não só objetiva, mas também subjetivamente condicionados. O mundo não é só por si e para si, mas também tal como aparece.

O tipo introvertido cinge-se sobretudo ao que a impressão exterior opera no sujeito. A disposição introvertida cinge-se, no caso normal à estrutura psicológica que em principio é dada por herança e constitui uma grandeza inerente o sujeito. Mas não se deve compará-la simplesmente ao Eu do sujeito, o que certamente  o sujeito básico tem muito maior amplitude que o Eu, na medida em que também abrange o inconsciente, ao passo que o Eu constitui essencialmente, o próprio centro da consciência.Se o Eu e sujeito fossem idêntico seria inconcebível que aparecessem , por vezes, com aspecto e significado completamente distintos nos sonhos..
O sujeito individual é uma parte ou parcela ou representante de uma essência onde quer que viva, e de um modo de afluência psicológica que, por sua vez, é inato em cada um de nós.

O modo inato de atuar se tem chamado instinto, enquanto para o modo ou forma de apreensão psíquica do objeto propus o termo arquétipo.

O arquétipo é uma fórmula simbólica que se apresenta e entra em função onde não se disponha ainda de conceitos conscientes ou onde estes não sejam possíveis, que por motivo de natureza íntima, quer por motivos exteriores.

Os conteúdos do inconsciente coletivo aparecem na consciência como tendências e concepções bem marcadas, São regularmente concebidos pelo individuo como algo condicionada pelo objeto o que no fundo é falso, pois provém de estrutura inconsciente da psique limitando-se a influência  do objeto a provocar sua manifestação. Essas tendências e concepções subjetivas são mais poderosas que a influência do próprio objeto, seu valor psíquico é mais elevado e, assim, sobrepõem-se a toda e qualquer impressão.
Tal como ao introvertido parece inconcebível que o objeto tenha de ser sempre o fator decisivo, assim para o extrovertido o enigma é constituído pelo fato de que um conceito subjetivo possa sobrepor-se á situação objetiva.Acabará acreditando, inevitavelmente, que o introvertido é um egoísta vaidoso ou um charlatão doutrinário.

O introvertido age sob a influencia de um complexo  de poder, além disso, a determinação e rigidez do juízo introvertido, supra ordenado a priori em relação a tudo o que for objetivamente dado, bastam por si só para dar essa impressão de um forte egocentrismo.

Disposição do inconsciente;
A situação de superioridade do fator subjetivo na consciência supõe uma valorização do fator objetivo. O objeto não tem a importância que, na realidade, deveria ser-lhe atribuída. Ora se o Eu se investe dos direitos do sujeito, produz-se, como compensação natural um reforço inconsciente da influência do objeto.

Surge no inconsciente uma relação compensadora com o objeto,a qual se faz sentir no consciente como uma total e irreprimível vinculação ao objeto. Quanto mais o Eu se esforça por garantir para si todas as liberdades, todas as autonomias e todas as licenças ou prerrogativas possíveis, tanto mais se afunda na escravidão ao objetivamente dado.

O inconsciente facilita em primeiro lugar, a relação com o objeto, de modo tal que a ilusão de poder e a  fantasia de superioridade da consciência ficam radicalmente destruídas. Por fim, o Eu rodeia-se de um verdadeiro sistema de segurança, por meio do qual se procura manter pelo menos a ilusão dessa  superioridade.

Mas, com isso, o introvertido fica inteiramente divorciado de defesa, por outra parte , em tentativas inúteis para impressionar e impor-se ao objeto. Por isso, é obrigado a um contínuo e interno esforço interior, para poder sustentar-se. A angustia perante o objeto dá lugar a uma peculiar covardia um receio de impor a própria personalidade ou a própria opinião, porquanto se teme o influxo reforçado do objeto. Receiam-se os afetos suscetíveis de impressionar e não pode dominar o medo de ficar submetidos à influência de terceiros.
 Como suas relações com o objeto estão relativamente reprimidas, envereda pelo caminho do inconsciente e assume suas qualidades. Estas são, sobretudo, infanto arcaicas. Por conseguinte, a relação com o objeto torna-se primitiva, adotando todas as qualidades que distinguem a relação primordial com o objeto. Dir-se-ia, então, que o objeto possui uma virtude mágica.

Os objetos novos e insólitos provocam medo e desconfiança, como se encerrassem ocultos perigos.
Quanto aos objetos tradicionais, dir-se-ia que estão presos á alma por fios invisíveis, pois toda e qualquer alteração provoca um efeito perturbador quando não perigoso, uma vez que o objeto logo se anima, por sua causa de um modo que parece mágico. O ideal chega a ser uma ilha deserta, onde não posso agitar-se nada que se oponha á nossa vontade.

As particularidades das funções Psicológicas fundamentais na disposição introvertida

O pensamento

O pensamento introvertido orienta-se em primeiro lugar, pelo fator subjetivo. Esse pensamento pode tratar de grandezas concretas ou abstratas, mas, nos momentos decisivos, orienta-se sempre pelo subjetivamente dado.
Os eventos exteriores, não são a causa e o fim desse pensamento, mas conserva uma atitude de prudente reserva ante os fatos. Aceita-os como ilustração e exemplo, mas não lhes concede preponderância, Os exemplos acumulam como provas, mas nunca como fatos em si. Para tal forma de pensar, os fatos são de importância secundária, porquanto o que nele predomina é o valor do desenvolvimento e exposição de idéias subjetiva, da imagem simbólica incipiente que, de um modo mais ou menos vago, oferece-se á visão íntima.
Por isso nunca pretende fomentar uma reconstrução mental dos fatos concretos, mas a transformação da imagem vaga e imprecisa  numa idéia nítida e luminosa..

Esse pensamento é capaz de produzir a idéia que não residia nos fatos exteriores, mas que, não obstante, é sua expressão abstrata mais apropriada, considerando sua missão concluída no momento em que a idéia por ele criada parece decorrer dos fatos exteriores, os quais poderão também demonstrar a validade daquela.
O pensamento introvertido pode não conseguir a transferência de uma imagem incipiente para uma idéia adequada dos fatos e por esta corroborada.

O pensamento introvertido revela uma perigosa tendência para forçar os fatos a submeterem-se e conformarem-se á imagem, previamente formada ou a ignorá-los para que possa expor- a imagem criada em sua fantasia,. Neste caso, a idéia exposta não poderá negar sua proveniência da obscura imagem arcaica

Este pensamento perde-se com facilidade, na imensa verdade do fator subjetivo. Cria teorias pela vontade de criar teorias, lançando seus olhares, aparentemente, para os fatos reais ou, pelo menos, viáveis, mas com uma acentuada tendência para transitar do ideal para o meramente imaginário. É dessa maneira que o pensamento introvertido se torna místico e tão estéril quanto o pensamento que só se desenvolve no quadro dos fatos objetivo. O pensamento introvertido levado a suas conseqüências extremas, acaba por chegar á evidencia de seu próprio ser subjetivo.

Por outro lado, o pensamento extrovertido chega á evidencia de sua identidade total como o fato objetivo.Ora, assim como este a si mesmo se nega, quando se deixa absorver, inteiramente no objeto, aquele despe-se de todo o conteúdop ao conformar-se com sua simples presença.

A extraordinária pobreza de fatos objetivos no pensamento introvertido é compensada por uma multidão de fatos inconscientes. Quanto mais a consciência se reduz, com a função do pensamento, a um círculo mínimo e o mais possível vazio, mas que se diria conter toda a plenitude a divindade, tanto mais a fantasia inconsciente se enriquece com uma diversidade imensa de grandezas mágicas ou irracionais, de fato arcaicamente configurados, adquirindo uma feição especial segundo a natureza da função que tiver substituído, como veículo vital, a função de pensar, pois, tudo o que é arcaico no nosso inconsciente pressupõe um devir, uma dissociação ou, por outras palavras, uma neurose, com o caráter de consumição interna e crescente esgotamento cerebral, a psicastenia.

O tipo Pensativo introvertido
Tal como seu paralelo extrovertido, sofre decisivamente a influência das idéias, com a diferença, porém de que no introvertido elas não tem sua origem no objetivamente dado, mas no fundamento subjetivo. Tende a aprofundar-se, não a dilatar.

Essa relação negativa com o objeto, que vai desde a indiferença ao declarado repudio, é característica de todo introvertido, tornando extremamente difícil a descrição do tipo introvertido. Seu juízo parece frio, inflexível, arbitrário e depreciativo, na medida em que se refere menos ao objeto do que o sujeito.

É um alheamento, um distanciamento do objeto, tornando-se transparente a superioridade do sujeito.
O objeto é sempre desprezado, até certo ponto, e nos casos mais graves é rodeado de desnecessárias medidas de precaução. Se na construção do seu mundo imagístico não se detém ante nenhuma audácia, por mais temerária que seja, nem diante de pensamento algum, por mais arriscado,revolucionário, herético e ofensivo dos sentimentos  alheios que possa parecem por outro lado apodera-se dele uma angústia maior quando a iniciativa se converte numa realidade exterior.

Deixa-se brutalizar e explorar da maneira mais ignóbil, contando que o curso de suas idéias não seja perturbado. Não vê que o roubam e o prejudicam na prática, pois sua relação com o objeto é secundária e não tem noção do valor  daquilo que produz.

Como inventa seus próprios problemas, sempre que possível, também os complica e por isso se encontra constantemente, nas maiores dificuldades. Tão clara como lhe parece e estrutura íntima de seus pensamentos lhe parece obscura a maneira o como e o quanto de os inserir no mundo real.

Não é capaz de encontrar uma solução, mesmo supondo que o que lhe parece claro seja igualmente para os demais. Complica, via de regra, seu estilo com toda espécie de limitações, precauções, dúvidas, que promanam de seus escrúpulos e vacilações. Em suas mãos, o trabalho, é árduo. Ou é taciturno, ou tropeça com pessoas que não o entendem. E assim vai acumulando provas sobre o insondável estupidez humana,Se porventura se sente compreendido, é vitima fácil e crédula da sobrestimação.

Também costuma ser vítima dócil de mulheres ambiciosas, que sabem aproveitar-se da falta de critica desse tipo, em face do objeto.

Quanto mais acentuada for a introvertido, tanto mais rígidas e inflexíveis vão ficando as convicções dos indivíduos desse tipo São eliminadas as influências estranhas, e ele acaba por tornar-se antipático mesmo para aqueles que vivem distanciados, quanto mais para os que com ele privem de perto. Assim vai ficando gradualmente isolado,em todos os aspectos. Suas idéias, inicialmente fecundas, tornam-se destrutivas, envenenadas por um sedimento de amargura.

Com o isolamento de dentro para fora,k inicia-se a luta contra a influencia inconsciente que , pouco a pouco principia a exercer sobre ele efeitos paralisantes. As funções de sentir, intuir e perceber, relativamente inconsciente, que defrontam este pensamento, são inferiores e possuem um caráter primitivo extrovertido, que será indigitado como responsável por todas as influências perturbadoras do0s objetos a que está sujeito o tipo pensativo introvertido.

O sentimento
O sentimento introvertido é determinado pelo fato subjetivo, para o juízo do sentimento, isto subentende uma diferença tão essencial, em relação ao sentimento extrovertido, quanto a que existe, trata-se de um sentimento que, ao que parece desvaloriza os objetos e que, portanto, faz-se sentir negativamente.

A existência de um sentimento positivo terá de ser inferida, por assim dizer, indiretamente. Não procura adaptar-se ao objetivo, mas, pelo contrário, dominá-lo, na medida em que tenta realizar inconscientemente suas idéias básicas.

É por isso que procura sempre uma imagem que não se encontra na realidade e que, em certa medida, foi prevista. Portanto seria possível transferir e para o sentimento introvertido tudo quanto se disse a respeito do pensamento introvertido, com a única diferença de que no primeiro é sentido tudo quanto no segundo é pensado..

Se o pensamento subjetivo, dada a inexistência de uma referenciação objetiva, só com dificuldade é capaz de suscitar uma compreensão adequada, o mesmo se poderá dizer, talvez em grau ainda maior do sentimento subjetivo.

Assim como a consciência objetiva do tipo pensativo introvertido tende para uma abstração das abstrações, atingindo dessa maneira a intensidade máxima de um pensar em si vazio, também o sentimento egocêntrico desvane-se num apaixonar-se sem conteúdo algum, que só a si mesmo se sente. O sentir introvertido é defrontado por um pensamento primitivo, que em seu concretismo e sua escravidão aos fatos é inigualável.
O tipo sentimental introvertido

O sentimental introvertido tende ser calados, dificilmente acessíveis, incompreensíveis por trás de uma máscara infantil, são também amiúde, de temperamento melancólico, Não tem grande aparência nem se fazem notar em especial.

Como se deixam guiar, sobretudo,pelo sentimento subjetivamente orientado, seus verdadeiros motivos mantém-se em geral, incógnitos, Exteriormente, mostram essa harmonia que não pretende chamar a atenção, uma agradável tranqüilidade, um simpático paralelismo que não pretende provocar ou impressionar e muito menos coagir e alterar o próximo.

Se esse aspecto exterior for muito acentuado, faz-se sentir a suspeita da indiferença e frialdade que pode, inclusivamente reforçar a impassibilidade perante as alegrias e dores do próximo. Percebe-se nitidamente o movimento sentimental que se afasta do objeto, Esse caso só se verifica certamente, no tipo normal, quando a influência do objeto é demasiada poderosa.

Como esse tipo parece de modo geral, frio e reservado, um juízo superficial negar-lhe á todo e qualquer sentimento. Isto é completamente falso, pois os sentimentos não são extensivos, mas intensivos. Surge em profundidade.

Assim esse tipo adquire certo poder misterioso capaz de fascinar o homem extrovertido, pois estabelece contato com o seu inconsciente.

O pensamento inconsciente é arcaico, sem dúvida, mas compensa com reduções apropriadas os intuitos ocasionais de conversão do Eu em sujeito, passa á oposição projetando-se nos objetos. A consciência começa a sentir o que os outros pensam.

A forma de neurose é neste caso menos histérica que neurastênica, ressentindo-se sobretudo nas mulheres a saúde física, como anemia e suas conseqüências.

Resumo dos tipos Racionais
Não fará falta a reflexão lógica, pois a unilateralidade reside na premissa, que é a preponderância do fator subjetivo anterior, o estilo atual palpável,está contra o princípio introvertido. Ele mesmo tem o fator subjetivo em baixa estima, sendo por isso atormentado pelos sentimentos de inferioridade.

Na disposição introvertida, o ato perceptivo baseia-se, sobretudo na participação subjetiva da percepção, sem dúvida alguma, uma autentica percepção sensorial, mas dir-se-ia que os objetos, na realidade, não encontram acesso ao sujeito.

É como se este visse as coisas de um modo completamente distinto dos outros seres humanos. Na realidade, o sujeito percebe as coisas que todo mundo percebe, mas não se detém na pura influência do objeto e prefere cingir-se a percepção subjetiva que foi suscitada pela excitação objetiva.

A PERCEPÇÃO SUBJETIVA APREENDE, POIS, MAIS O FUNDO QUE A SUPERFICIE DO MUNDO FÍSICO. Não percebe a realidade do objeto como fator decisivo, mas a realidade do fator subjetivo, isto é as imagens primárias que, na sua totalidade espelham o mundo psíquico.

Mas esse espelho tem a particularidade de não representar o conteúdo atual da consciência na forma corrente em que o conhecemos, e sim num certo sentido sub specie aeternitatis, quer dizer, tal como seria visto por uma consciência com um milhão de anos de idade.

O momento atual é inverossímil para tal consciência. Assim, a percepção introvertida transmite uma imagem que, mais do que reproduzir apenas o objeto, cobre-o com o sedimento de antiqüíssima experiência e com a experiência futura. A impressão sensorial desenvolve-se, pois nas profundezas do pressentimento ao passo que a percepção extrovertida apreende o ser momentâneo e manifesto das coisas.

O tipo Perceptivo Introvertido
É um tipo irracional na medida que não seleciona o que acontece, segundo juízos racionais, mas cinge-se apenas ao que acontece.. O introvertido orienta-se pela intensidade da participação perceptiva subjetiva, suscitada pela excitação objetiva. É certo que o objeto de maneira alguma é desvalorizado conscientemente, nos casos normais, mas fica privado de seu estímulo, substituído por uma reação objetiva qu8e já não se refere á realidade do objeto. Isso produz que já não se refere a realidade do objeto.

Essa dúvida pode-se justificar em casos extremos, mas não nos casos normais, porquanto a percepção é imprescindível a excitação objetiva, e o que sucede é essa excitação provocar outra coisa distinta daquela que o estado exterior deixaria supor.

Vista a coisa fora dir-se-ia que a influência do objeto não encontra reação no sujeito. Essa interposição pode ocorrer de um modo tão brusco que se tem a impressão do individuo na realidade, estar tentando proteger-se contra as influencias do objeto, dá efetivamente essa defesa protetora,

Quando o inconsciente está reforçado a participação perceptiva subjetiva anima-se de tal maneira que se sobrepõe quase totalmente ao influxo do objeto. Tal ação é de caráter ilusório, em relação á realidade objetiva, e, portanto, extremamente insólito.

Mas onde o influxo do objeto não encontrar franco acesso, deparará com uma neutralidade benevolente, pouco disposta a participar e sempre inclinada a tranqüilizar e equilibrar. Assim verifica-se que esse tipo produz um efeito sufocante nos indivíduos que com eles privam, se bem que não haja dúvidas sobre o seu caráter totalmente inofensivo.

Se não possuir capacidade artística de expressão, refugiam-se nas profundezas do seu íntimo todas as impressões que exercem algum fascínio sobre a consciência, sem que consiga impor-se a impressão fascinante por meio da expressão consciente.

Esse tipo unicamente dispõe de possibilidades arcaicas de expressão, uma vez que o sentimento e o pensamento são relativamente inconscientes, mas quando são conscientes, dispõe apenas das imprescindíveis expressões banais e cotidianas.. Esse tipo é extremamente inacessível á compreensão objetiva e costuma-lhe faltar, inclusive compreensão por si própria.

Sua evolução afasta-o, sobretudo da realidade do0 objeto e entrega-o as percepções subjetivas que orientam a sua consciência no sentido de uma realidade arcaica,embora não de juízo comparativo.

Seu inconsciente caracteriza-se sobretudo, pela repressão da intuição, que possui um caráter extrovertido e arcaico. Enquanto a intuição extrovertida evidencia uma argúcia, um bom faro para todas as possibilidades da realidade objetiva, a intuição extrovertida arcaica revela uma capacidade especial para as camadas ambíguas, sombrias, imundas e perigosas que subjazem na realidade,

Enquanto o individuo não se mantiver excessivamente afastado do objeto, a intuição inconsciente atua como uma compensação salutar da disposição algo fantástica, e com tendência um tanto excessiva para a credulidade, da consciência. Mas se o inconsciente desencadear a oposição contra a consciência vem a superfície essas intuições e exercem sua influência perniciosa no individuo, impondo-se lhe obsessivamente e dando lugar por sua vez a obsessões da mais repulsiva espécie, com referência aos objetos.

A neurose que se declara em semelhante crise é via de regra, uma neurose obsessiva em que os sintomas histéricos se eclipsam atrás dos sintomas do profundo esgotamento.

A intuição

Na disposição introvertida a intuição cinge-se aos objetivos, como poderíamos denominar, corretamente, os elementos do inconsciente. Os objetos interiores apresentam-se a percepção intuitiva como imagem subjetivas de coisas que não podem ser observadas na experiência exterior, pois constituem o conteúdo do inconsciente e, em última análise, do inconsciente coletivo.

A intuição também tem seu fator subjetivo, embora a intuição introvertida receba seu impulso dos objetos e3xterioresm não se guia pelas possibilidades externas, mas por aquilo que tiver sido interiormente suscitado pelo exterior.

A intuição reprime esses aspectos do fator subjetivo e percebe a imagem que a inervação provocou;
Porém, como a intuição exclui a participação da percepção, não lhe é possível nota as perturbações de inervação, a influência que as imagens inconscientes exercem no corpo. Assim, as imagens como que desligada do sujeito, como se existissem por si mesmas e sem qualquer relação com a pessoa.
A curiosa indiferença que se observa no intuito extrovertido, relativamente aos objetos exteriores o introvertido também vai de imagem em imagem, em busca de todas as possibilidades que jorrem do fecundo manancial do inconsciente sem estabelecer a conexão entre ele próprio e so fenômeno.

A intuição introvertida apreende as imagens que provém do a priori, quer dizer, dos fundamentos do espírito inconsciente, formada pela hereditariedade.

Esses arquétipos, cuja essência intima é inacessível á experiência, representam o sedimento do funcionamento psíquico de todas as gerações de antepassados, quer dizer a experiência orgânica acumuladas pela sua repetição durante muitos milhões de anos e condenadas em tipos.

Nesses arquétipos estão representadas, portanto, todas as experiências realizadas no planeta, desde os mais remotos tempos.

Esse arquétipo, nos quais está representado o processo legitimo de todas as coisas experimentais.

O tipo intuitivo introvertido
A peculiaridade da intuição introvertida dá origem, quando consegue a primazia, a um particular tipo humano, por uma parte, o sonhador e o profeta místicos, por outra parte o fantasista e o artista.

O fantasista contenta-se com a visão, pela qual se deixa conformar, quer dizer, determinar. Ao afundar-se a intuição opera naturalmente, um distanciamento, freqüentemente extraordinário, entre individuo e a realidade palpável de modo que chega a constituir um completo enigma inclusive para aqueles que com ele previna mais de perto.  

O artista, sua arte revela coisas distantes e estranhas ao mundo, extraordinárias, policromas, transcendentes ou banais belas ou grotescas. Se não for artista, trata-se muitas vezes de um gênio desconhecido, de um vagabundo, com grandeza de uma espécie de sábio semilunático de um personagem de romance psicológico.
O intuitivo puro que reprime o juízo ou somente faz uso dele só o fascínio da percepção não chega, no fundo, formular essas perguntas, visto que o seu problema moral lhe é incompreensível ou mesmo absurdo, motivo porque faz todo o possível para banir os pensamentos sobre o intuito. Sua linguagem não é a que geralmente se fala, mas uma subjetiva. Aos seus argumentos falta uma ratio convicente. Só pode converter ou revelar.

O intuitivo introvertido é quem mais reprime a percepção do objeto. É isso que o caracteriza o seu inconsciente, onde domina uma função perceptiva extrovertida e compensadora, de caráter arcaico.

Poder-se-ia, portanto, descrever melhor a personalidade inconsciente instintiva e a falta de um sentido de proporções são as qualidades inerentes, essa percepção somadas a uma extraordinária vinculação à percepção sensorial.

Tais qualidades compensam a atmosfera rarefeita das altitudes que é própria da sua disposição consciente contribuindo com certa gravidade, a fim de evitar a sublimação total. A forma de neurose será obsessiva reveladora como sintomas, em partes, fenômenos hipocondríacos, e, também em parte, uma hipersensibilidade dos órgãos sensoriais, a par de vinculações a determinadas pessoas ou a outros objetos. 

Resumo dos tipos irracionais
Os dois tipos que acabamos de descrever são quase inacessíveis a um julgamento exterior.

Sendo para o exterior que se oriente sua principal atividade no exterior apenas se observa discrição, fingimento, impassibilidade, insegurança ou perturbação aparentemente injustificados e sem base.

Se alguma coisa se manifesta, trata-se em geral, de manifestações indiretas das funções inferiores e relativamente inconscientes.

Sua visão está hipnotizada pela riqueza do acontecimento subjetivo, Esses tipos, pelo contrário, revelam um comportamento exterior brusco e pouco amável, se bem que não tenham consciência disso, nem seja esse  o propósito.

Contudo essa indulgência não deve chegar ao ponto de isentá-los de satisfazerem as exigências próprias da comunidade.

O próprio destino lhe prepara, talvez com maior freqüência que aos outros homens, imponente dificuldades exteriores capazes de curá-los da embriaguez de suas visões íntimas. Os homens dotados de semelhantes disposições são fomentadores da cultura e, a seu lado, educadores. Ensinam mais com suas vidas do que com suas palavras. Na realidade, o eu a educa é aquilo que seus pais vivem. Um homem inferior nunca poderá ser um bom mestre.

As funções principais e secundárias..Sempre se observa na consciência, a par da função mais diferenciada, uma segunda função de significado secundário e, portanto, de diferenciação interior, que é relativamente determinante.

Todos os produtos de todas as funções podem ser conscientes, mas referimo-nos á consciência de uma função não só quando seu exercício obedece  á vontade4, mas também quando o seu principio determina a orientação da consciência. Essa prerrogativa absoluta só pode corresponder, empiricamente, a uma função, e só a uma função pode ser atribuída, pois a intervenção igualmente independente de qualquer outra função teria como resultado, necessariamente, uma orientação distinta e em contradição com a primeira, pelo menos em parte. Portanto, a segunda função só pode ter um significado secundário, o que sempre se confirma empiricamente. Seu significado secundário consiste em não se confiar nela, única e absolutamente, como acontece com função principal, sendo levada em conta de função auxiliar ou complementar.

Só pode atuar como função secundária, naturalmente uma função cuja essência não esteja em contradição com a função principal. Portanto, a consciência ou a inconsciente uniforme  das funções são um sinal característicos da fase primitiva do espírito.

A função secundária ensina a experiência, é sempre uma função cuja essência se distingue da função principal, mas não a contradiz. A função secundária só é possível e útil na medida em que serve a função principal sem que possa aspirar á autonomia do seu próprio principio.

Texto elaborado pela psicóloga Wilma Antonia Nubiato.
Bibliografia CGJung Tipos Psicológicos Ed Zahar 1974.
 
As Funções Psíquicas
Jung identificou quatro funções psicológicas que chamou de fundamentais: pensamento, sentimento, sensação e intuição. E cada uma dessas funções pode ser experienciada tanto de maneira introvertida quanto extrovertida.

O Pensamento
Jung via o pensamento e o sentimento como maneiras alternativas de elaborar julgamentos e tomar decisões. O Pensamento, por sua vez, está relacionado com a verdade, com julgamentos derivados de critérios impessoais, lógicos e objetivos. As pessoas nas quais predomina a função do Pensamento são chamadas de Reflexivas. Esses tipos reflexivos são grandes planejadores e tendem a se agarrar a seus planos e teorias, ainda que sejam confrontados com contraditória evidência.

O Sentimento
Tipos sentimentais são orientados para o aspecto emocional da experiência. Eles preferem emoções fortes e intensas ainda que negativas, a experiências apáticas e mornas. A consistência e princípios abstratos são altamente valorizados pela pessoa sentimental. Para ela, tomar decisões deve ser de acordo com julgamentos de valores próprios, como por exemplo, valores do bom ou do mau, do certo ou do errado, agradável ou desagradável, ao invés de julgar em termos de lógica ou eficiência, como faz o reflexivo.

A Sensação
Jung classifica a sensação e a intuição juntas, como as formas de apreender informações, diferentemente das formas de tomar decisões. A Sensação se refere a um enfoque na experiência direta, na percepção de detalhes, de fatos concretos. A Sensação reporta-se ao que uma pessoa pode ver, tocar, cheirar. É a experiência concreta e tem sempre prioridade sobre a discussão ou a análise da experiência.
Os tipos sensitivos tendem a responder à situação vivencial imediata, e lidam eficientemente com todos os tipos de crises e emergências. Em geral eles estão sempre prontos para o momento atual, adaptam-se facilmente às emergências do cotidiano, trabalham melhor com instrumentos, aparelhos, veículos e utensílios do que qualquer um dos outros tipos.

A Intuição
A intuição é uma forma de processar informações em termos de experiência passada, objetivos futuros e processos inconscientes. As implicações da experiência (o que poderia acontecer, o que é possível) são mais importantes para os intuitivos do que a experiência real por si mesma. Pessoas fortemente intuitivas dão significado às suas percepções com tamanha rapidez que, via de regra, não conseguem separar suas interpretações conscientes dos dados sensoriais brutos obtidos. Os intuitivos processam informação muito depressa e relacionam, de forma automática, a experiência passada com as informações relevantes da experiência imediata.

 

Textos mandalas e as formas que representam a harmonia do nosso eu interior
Em nenhuma outra época a humanidade precisou tanto do poder de cura da mandala como nos dias atuais. Este mundo fragmentado, imerso na desintegração, clama pela força coesiva que constitui o grande poder da mandala.

Jung disse que  nesse época a predominância seria a desintegração.

Esta desintegração que sofremos hoje para senti-la é só olhar a pintura moderna e ouvir os sons caóticos da música contemporânea, certamente é o maior perigo que enfrentamos no mundo moderno.

 

A PSIQUE OFERECE UM ELEMENTO DE CURA ESPECÍFICO, A MANDALA, NO MOMENTO EM QUE ELA SE MOSTRA MAIS NECESSÁRIA, E NÓS GAREMOS BEM EM PRESTAR ATENÇÃO À OPOTUNIDADE DA ESTRUTURA.Ela é uma reflexão do eu, como pode um pastor persa contempla o céu noturno e vê um desenho espiralado nas estrelas, uma criança americana escolhe um lápis de ceraza e, contente, rabisca em movimento circular e um sacerdote escandinavo do deus-sol pisa na areia úmida e traça um circulo em volta dos pés e um peregrino indiano circunda com reberência o monumento que assinala a iluminação do Budam e o monge tibetano pega um pincel e começa a sua meditação matinal, pintando um desenho circular tradicional, e uma freira alemã tem uma visão de Deus como uma roda de fogo. O que seres humanos tão diferentes têm em comum?Todos eles compartilhamm da irresistível fascinação humana pelo círculo.Por que o círculo tem sido um elemento tão importante para o homem desde os tempos mais remotos?Por que pessoas de todas as culturas, épocas e lugares consideram o motivo circular uma forma de expressão tão satisfatória e significativa?Eis aqui a descrição que um homem faz de sua percepção interior acerca do significado do círculo que ele chama de mandala.Todas as manhãs eu esboçava num caderno um pequeno desenho circular, uma mandala, que parecia corresponder à minha situação interior no momento.Só aos poucos fui descobrindo que é propriamente a mandala. O Self, a to0talidade da personalidade, que, se tudo vai bem, é harmonioso(Jung, 1965, 195-196)Jung adotou a palavra mandala para descrever os desenhos circulares que ele e seu pacientes faziam.Para Jung a mandala significava centro. Circunferência ou círculo mágico. Jung associava a mandala com o self, o centro da personalidade como um todo. Na sua opinião, a mandala mostra o impulso natural para vivenciar o nosso potencial e realizar o padrão da nossa personalidade integral.O crescimento rumo à totalidade é um processo natural que traz à luz a singularidade e a individualidade de uma pessoa. Por essa razão, Jung o chamava de individuação. Ele defendia uma respeitosa atenção aos símbolos do inconsciente como forma de promover a evolução pessoal. E via no aparecimento espontâneo de mandalas em sonhos na imaginação e no trabalho artísticos evidências de que a individuação estava ocorrendo. O resultado dessa individuação é a integração harmônica da personalidade com o self, o principio unificador central.Jung escreveu que o motivo básico da mandala é a premonição de um centro da personalidade, uma espécie de ponto central dentro da psique com o qual está relacionado. Pelo qual  tudo é organizado e que é em si mesmo uma fonte de energia. A energia do ponto central manifesta-se na quase irresistível compulsão a ímpeto de tornar-se aquilo que de fato se é, assim como todo organismo é levado a assumir a forma características da sua natureza, não importam as circunstâncias. Esse centro não é sentido ou pensado como o ego, mas, se assim se pode dizer, como o self(1973, 73)Qual a origem da mandala?O motivo do círculo aparece muito cedo na história da humanidade.Antigos entalhes rupestres na África, Europa e América do Norte fazem uso do círculo, da espiral e de desenhos semelhantes.O objetivo desses desenhos é um mistério, mas sabemos que eram importantes pelo fato de aparecerem em grande quantidade. O que sabemos sobre os seres humanos que possa explicar sua escolha do circulo como um desenho significativo?Se imaginarmos nossa origem a partir de um pequeninho ovo redondo, abrigado no útero de nossa mãe. Somos circundados e firmemente apoiados num espaço esférico. Quando chega a hora de nascer, somos empurrados para baixo num canal tubular por uma série de músculos circulares e chegamos ao mundo através de uma abertura também circular.Ao estar no mundo o que encontramos tudo circular, o nosso planeta que se movimenta numa órbita circular em torno do sol. Ancorados à terra pela gravidade, não temos consciência de que estamos girando, no entanto o nosso corpo sabe.Se olharmos o átomo que forma o nosso corpo, encontramos outro universo onde os elementos rodopiam em padrões curvos. A experiência subliminar do movimento em círculos, como a memória do útero da mãe, está codificada em nosso corpo. Assim, estamos predispostos a reagir ao círculo.Hoje nos afastamos do contato com a natureza, mas os antigos viviam em contato com a natureza os ritmos naturais do céu e da terra eram forças fabulosas que determinavam o modo como as pessoas viviam. A caça, e a coleta eram feitas à luz do sol. Quando vinha a noite, nossos ancestrais retiravam-se para dormir. Reunidos em volta de uma fogueira naturalmente se agrupavam num círculo voltado para a luz, o calor e o movimento do fogo no centro.Se definirmos a consciência nos termos  mais simples como estar desperto, o sono corresponderia à falta de consciência. Durante o dia, enquanto o sol brilha, os seres humanos estão despertos, conscientes e ativos. Quando chega a noite, eles dormem, e a consciência, como o sol desaparece na escuridão. Com o novo dia e vigília é regulada pela luz do sol. O sol, portanto, é um símbolo adequado para a vigília da consciência que ele estimula nos seres humanos.Antigas mandalas feitas em vários lugares do mundo, sugerem uma admiração reverente em relação ao sol e a lua. Esses corpos celestes circulares podem ter servido aos nossos ancestrais como símbolos naturais, modelando a consciência e ajudado os seres humanos a desenvolver seu pensamento além dos níveis puramente instintivos.Na Dinamarca existem antigas gravações que sugerem o avanço em direção a consciência individual do eu a partir da mente grupal instintiva.Perto do mar são encontradas gravuras neolíticas de navios símbolos de sóis mandálicos descobertos nos arredores apóiam a hipóteses deque esses navios estão associados aos rituais de adoração ao sol, possivelmente invocando bênçãos para uma viagem segura.Há pegadas sobrepostas acima do contorno de um navio, e essas pegadas são sugeridas por um círculo traçado em volta dos pés de uma pessoa, uma linha divide o círculo, indicando a separação entre os pés, e uma segunda linha é traçada horizontalmente à primeira, de modo que todo o desenho parece ser uma cruz dentro de um circulo.O processo e o desenvolvimento do homem no sentido de identidade pessoal, e que levou a mente grupal à noção de individualidade tinha de ser dado em algum momento da evolução humana. A mudança na consciência, naturalmente conquistada pelas crianças de hoje, pode ter sido feita primeiramente por alguns poucos indivíduos e4speciais. Será que as mandalas com traçados de pé fornecem uma pista de como esse passo foi dado?Algo assim pode ter acontecido, os sacerdotes eram pessoas escolhidas pelo grupo para executar rituais e ao deixar marcas e traçar no chão o contorno de seus pés, o sacerdote estaria deixando uma marca visível da presença da divindade solar no evento. Fazer o papel do sol, em algum momento poderia ter passado por uma experiência de transfiguração  que lhe permitiu dar um salto em seu nível de pensamento.Um processo mental que gerou essa mudança pode ter sido assim, aquele que ocupa este lugar é o sol, em vê disso pode ter pensado aquele que ocupa este espaço sou eu.Ao representar o sol, talvez tenham passado a se reconhecer como indivíduos separados e apartados do grupo. Dessa experiência, mediada pela interação simbólica com a forma circular do sol, pode ter nascido a consciência do eu. Tudo o que o poder do mundo faz é feito num círculo. O céu é redondo, e eu ouvi dizer que a terra é redonda como uma bola, e as estrelas também, O vento, em seu maior poder, rodopia. Os pássaros fazem seu ninho em círculos, o sol se levanta e se põe num circulo, como a lua, como as estações formam um grande circulo em suas mudanças e sempre voltam novamente para  onde estavam. A vida de um homem é um círculo da infância até a infância, o mesmo acontecendo com tudo onde o poder se movimenta.( citado em Neihardi, 1961, 32,33)Podemos ver como o círculo tem sido útil nos esforços para explicar como as coisas começaram para orientar-se no mundo físico. Para alguns o espaço delimitado pelo circulo ritual passa de espaço comum a espaço sagrado. O círculo passa a uma reflexão da essência da vida, criá-lo é um ato sagrado, como também ser uma tentativa de alcançar uma ressonância com as harmonias divinas do universo, expressas no curso circular do sol e da lua. Quando sicronizada é considerado benéfico para a saúde. Quando alguém esta doente faz um circulo para atender as necessidades daquela situação, uma vez concluído, o enfermo medita, toma-se água, ou se vê no centro, acredita-se que a ordem sagrada na mandala restaura a harmonia e atrai divindades auxiliadores, acionando assim a recuperação da saúde. O centro simboliza a fonte original de toda a criação.Ao montar uma mandala e meditar com ela devemos com os olhos circum-ambulam como as thangkas fazem o desenho da mandala de acordo com habituais, em cada portão é guardado por uma divindade feroz que representa um aspecto do eu a ser enfrentar antes de chegar mais perto do centro, apego, cobiça, medo.A mandala serve como um mapa da realidade interior que orienta e sustenta o desenvolvimento psicológico daqueles que desejam progredir na consciência espiritual. A mandala serve como um auxiliar para a visualização à meditação, como também podem ser tentativas de ilustrar uma percepção espiritual especifica.Jung (1974) foi assim que as primeiras mandalas ritualísticas foram criadas.Tucci admite que as mandalas foram descobertas em experiências de introspecção motivadas por alguma necessidades intrínseca do espírito humano(1961, 27(. Só mais tarde foram utilizadas com o fim de reconstituir um caminho para estados mentais que originalmente as inspiraram.Segundo o autor a mandala, nascida portanto de um impulso interior, tornou-se, por sua vez, um suporte para a meditação, um instrumento externo para provocar e obter essas visões em serena concentração e meditação.As intuições que a principio se mostravam caprichosas e imprevisíveis são projetadas para fora do místico, que, concentrando a mente nelas redescobre o caminho para alcançar sua própria realidade oculta. (1961,37)A mandala usada como apoio visual para atingir estados mentais desejáveis também é conhecida na Europa. Encontramos nas catedrais góticas ou nas janelas circulares que seduzem os olhos e deslumbram o observador num misto de harmonia, admiração e exultação. Nas igrejas medievais, apresentam labirinto circular desenhado nos ladrilhos do piso, próximo à entrada.Essa mandala re3presenrta a peregrinação à cidade Santa de Jerusalém. Em oração, os peregrinos se arrastam de joelhos partindo de fora do labirinto e lentamente progridem em direção ao centro e a nova Jerusalém,Acredita que essa jornada simbólica ajude o cristão devoto a aproximar de Jerusalém mítica, que é a metáfora da união com Deus.Hildegarda de Bingen numa visão procurou transmitir sua compreensão de Deus,  como um trono real com um círculo ao seu redor, onde se senta uma certa pessoa viva, cheia de uma luz de maravilhosa glória...E dessa pessoa tão cheia de luz que ocupa o trono se estende um grande círculo dourado como o sol nascente. E ele não tem fim. (citado em Fox 1985, 40)Numa outra visão disse ter visto uma roda centrada co9mo um útero no peito de um ser majestoso. Ela afirma “ Assim como a roda encerra em si o que está oculto dentro dela, assim também a Santa Divindade tudo encerra dentro de si mesma, sem limitações e também a tudo exceda” (citado em Fox, 1985, 40)A criação de mandala foi benéfica para a saúde de Hildegarda, que iniciara seu trabalho muito doente. Quando ela expressou sua criatividade escrevendo e fazendo ilustrações, seus sintomas desapareceram.Jakob Boehme, criou mandalas que simbolizavam a cosmologia cristã. Ele concebia duas grandes realidades, espírito e matéria(natureza) que giravam juntas como rodas dentro do círculo maior da Divindade.Segundo Boehme a roda da natureza gira para dentro em torno de si mesma e a partir de fora, pois Deus habita dentro de si próprio e tem uma tal forma, não aquela que pode se retratada, que é apenas uma imagem natural, a mesma que Deus representa a si mesmo na figura deste mundo, pois Deus está em toda parte, e, portanto, habita em si mesmo. Preste atenção a roda exterior é o zodíaco com as estrelas, e depois dela vêm os sete planetas (citado em Jung, 1974, 239).Suas mandalas parecem estar divididas em duas partes compreendidas pela totalidade maior do círculo. Podemos ver em seu trabalho a convicção de que a forma do círculo contém e3 organiza elementos dispares num todo harmonioso. Isso reflete sua visão mística de que todas as coisas estão contidas na realidade maior de Deus.Giordano Bruno, que viveu na época do renascimento, criou um  série de mandalas capazes, a seu ver, de ocasionar mudanças positivas nos indivíduos que a usassem.Seus desenhos representavam formas perfeitas, existentes num plano ideal. Ele encorajava o uso dessas mandalas em exercícios de visualização. Pois acreditava que as imagens ao ser introduzidas na memória, deixavam formas ideais impressas na imaginação. Isso, por sua vez, poderia resultar numa transformação pessoal para melhor, mais de acordo com a harmonia descrita nas mandalas.A partir dessa análise, fica claro quão rica e significativa é a tradição que a mandala tem para os seres humanos como método de orientação, prática espiritual e ligação com  os ritmos cósmicos do universo. Para levar essa informação a um nível mais pessoal e entender os procedimentos da pratica da mandala, os budistas difundiram a crença de que há dois planos de existência, dois mundos absolutamente diferentes, entre os quais não há nenhuma comunicação.Tucci, explica um deles é a nossa realidade, onde opera o carma, e que é um morrer e renascer contínuos. O outro mundo, o nirvana, é alcançado por um salto quantitativo quando o carma, e a força que o impulsiona ou dela se origina, cessa ou é suprimido. Isso acontece quando, mediante a cognição e a experiência de vida, se percebe que o universo é tão somente um vir a ser e um fluxo.(tucci, 1961)Isso interrompe o impulso do processo cármico, possibilitando o salto para o nirvana.O plano do nirvana tem sido definido como o absoluto, a verdadeira essência de tudo o que parece existir no mundo tal como e conhecemos. O absoluto é imaginado como luz. O devoto o experimenta com os olhos da mente, ao remover a atenção das aparências externas sensíveis e focá-la em seu eu interior. É uma deslumbrante luz incolor. Ora, a luz do puro absoluto aparecerá para ti. Deverás reconhecê-la, o filho de nobre família. Nesse momento o0 teu intelecto pela sua imaculada essência, pura e sem sombra de substância ou qualidade, é o absoluto.Os tibetanos dizem que para atingir a iluminação é preciso empenhar em ver através da ilusão da separatividade das coisas de ,modo a experimentar a unidade do absoluto. Isso exige a reestruturação das crenças do ego. Em conseqüência, o trabalho para atingir a iluminação é feito interiormente, mesmo  quando apoiado por práticas exteriores como o ritual, a meditação ou outras atividades. Portanto, o devoto que deseja iniciar-se no caminho da mandala deve estar num estágio bem avançado do seu trabalho interior para que seja aceito no treinamento.O trabalho com a mandala é empreendido a levá-los a encontrar-se com aspectos de si mesmo que impedem a plena realização da consciência pura e requer um aprofundamento da compreensão dos símbolos mediante experiência pessoal, pois sempre que criamos uma mandala evocamos imagem mental dessa figura e, o que estava contido no nosso inconsciente, e com os olhos da mente, concentra a imagem no qual imprimimos, resgatamos e colocamos em forma de símbolos o que não suportamos falar.A fim de intensificar essa experiência do nosso inconsciente projetamos a imagem da nossa própria imaginação e com os olhos internos da nossa criança interior o que estamos pronto para compreender. Com esse trabalho vamos crescendo internamente até podermos chegar ao estado de nirvana, ou seja, a individuação.A mandala além do centro e nos quatros pontos cardeais do teu coração, aparecem diante de ti essas formas não vêm de nenhum outro lugar, são apenas a textura da tua mente, aprendemos a trazer à memória, por tempo prolongado, uma imagem nítida do retorno do mundo da separatividade para o domínio da unidade, onde está em comunhão com a consciência pura, a mandala serve como um caminho que leva a vários estados de consciência e delas vem e intensificam a concentração no eu interior, a fim de levarmos a atingir experiências significativas, e ao mesmo tempo, produz uma ordem interior, portanto as mandalas simboliza um  refúgio seguro da reconciliação interior e da totalidade.Jung relata que as mandalas conferem significados em termos psicológicos, o que é tão importante para a sensação de estar vido quanto a necessidade de orientação na realidade física o é para a sobrevivência.Nas suas descobertas em si mesmo Jung descobriu que com alteração de humor resultava numa variação em seus desenhos circulares, e no decorrer ele observava a transformação psíquica dia a dia.Jung então aprendeu que um desenho circular como o que fazia chamava mandala e que simbolizava o self.O self, imagino, era como a mônada que sou e que é o meu mundo.A mandala representa essa mônada e corresponde à natureza microcosmica da psique, e percebeu que o padrão de desenvolvimento psicológico não ´pe uma progressão contínua, linear, mas um retorno reiterado ao centro da psique, o self, e descobriu o arquétipo do self, aquele aspecto da psique humana que cria ordem, orientação e significado. Ele escreveu que a meta do desenvolvimento psíquico é o self, não há evolução linear, há apenas andar em torno do self. O self gera um padrão na sua vida interior. As mandalas feitas por você revelam a dinâmica do self ao criar uma matriz onde a sua identidade única se desdobra. O círculo da mandala reflete o self como o repositório do empenho da psique em direção a auto realização ou totalidade. Dentro da mandala encontra expressão os motivos do passado comum de todos os seres humanos e os símbolos da experiência individual. Podemos concluir que desenhar mandalas faz parte de um padrão natural ordenado de maturação psicológica, no qual aprendemos a ter consciência de si mesmos, e ajuda a estabelecer nossa identidade. Todos nós, mais cedo ou mais tarde, teremos um encontro dom o self, Podemos desejar um significado para a nossa vida, sentir que o orgulho do ego foi ferido, ou enfrentar aquilo que nos parece uma desordem. A totalidade exige que estabeleçamos uma relação com esse misterioso centro que há dentro de nós.Jung descobriu que desenhar, pintar e sonhar com mandalas é parte natural do processo de individuação. Ele diz que devemos criar mandalas de modo espontâneo, sem ter em mente um padrão predeterminado. A mandala ajuda a recorrer a reservatórios inconscientes de força que possibilitam uma reorientação para o mundo exterior. As mandalas pode ser empregada como um caminho válido por si só, como um veículo para a autodescoberta. Ao segurar o fio de Ariadne, o individuo se lança numa jornada em direção ao self, sem garantia de chegada apenas com a esperança de eterna transformação,quando criamos uma mandala, geramos um símbolo pessoal que revela quem somos num dado momento.O circulo que desenhamos contém e até atrai partes conflitantes da nossa natureza, mas, mesmo quando faz um conflito vir a tona, o ato de criaar uma mandala produz uma inegável descarga de tensão; Talvez porque a forma do circulo nos recorde o isolamento seguro do ventre. O efeito tranqüilizador de desenhar um circulo também pode ser causado pelo nosso corpo. Desenhar um circulo talvez seja algo como desenhar uma linha protetora ao redor do espaço físico e psicológico que identificamos como nós mesmos.A mandala invoca a influencia do self, o padrão subjacente de ordem e totalidade a teia da vida, que nos mantém e nos sustenta. Quando fazemos uma mandala, criamos nosso próprio espaço sagrado, um lugar de proteção, um foco para a concentração de nossas energias. Ao expressar nossos conflito interiores na forma simbólica da mandala, projetamos-los para fora de nós mesmos. O simples ato de desenhar dentro do circulo pode fazer que experimentemos um sentido de unidade.Jung diz que o fato de que imagens desse tipo tenham sob certas circunstancias um considerável efeito terapêutico é empiricamente provado e também prontamente compreensível, visto que em geral elas representam tentavas muitos audaciosas de ver e juntar opostos aparentemente irreconciliáveis e de superar rupturas aparentemente irremediáveis. Mesmo uma simples tentativa nesse sentido costuma produzir um efeito benéfico..O caminho da mandala é uma meditação ativa que tem como objetivos a evolução pessoal e o aperfeiçoamento espiritual. Ao construirmos a mandala, uma criação espontânea de cor e forma dentro de um círculo, atraímos para nos a cura, a autodescoberta e a evolução pessoal. Com diligência e atenção podemos aprender a linguagem simbólica da mandala e saber com profundidade quem realmente somos.Criar mandalas é uma atividade recompensadoras que enriquece a vida daqueles que se dão ao trabalho de dominar alguns procedimentos simples como Jung escreveu quando o self encontra expressão nesses desenhos, o inconsciente reage reforçando uma atitude de devoção à vida, ao trabalhar com a mandala pode4mos vivenciar momentos de clareza em que os opostos se equilibram na consciência e experimentar uma realidade de harmonia, paz e significado.Sempre que for desenhar uma mandala coloque os matérias próximo, que seja um ambiente, que seja seu espaço, onde não seja interrompido, mais ou menos uma hora, uma musica agradável, pode acender velas, queimar incenso, pois ajuda na concentração, relaxe a mente, não julgue seu trabalho, não mandala certa ou errada, cada uma é simplesmente um reflexo da pessoa que você é naquele momento. Para dar vazão ao inconsciente, deixe que o instinto o guie na escolha das cores da forma.Aproveite para relaxar, deixe de lado as responsabilidades, certo de que poderá reassumir seus deveres ao fim da meditação com a mandala.Relaxe, feche os olhos e comece a focalizar a atenção em seu interior. Voce pode notar, formas, cores e configurações dançando diante dos olhos do espírito. Deixe fluir.Date sempre sua mandala para uma referencia futura, inclua dia,mês e ano. Mesmo que cada mandala seja única, se você não datá-la pode ser difícil recordar sua seqüência no tempo, Saber a seqüência em que aparecem certas formas e cores ajuda a estabelecer seu significado.Para meditar com ela coloque á sua frente a uma distancia de pelo menos um braço, ou pendurá-la na parede, ou colocar-la num espaço sagrado onde poderá ser olhada com freqüência.A simples concentração na mandala o foco de sua experiência, deleitando os olhos com as formas e as cores, oferece um valioso feedback visual.Um exercício legal é imaginar muito pequeno e faça de conta que está caminhando na mandala como se ela fosse uma sala. Então pergunte a si próprio qual a sensação de estar nesse lugar, como se sente, o que parecem ser os símbolos dessa perspectiva.O que necessitamos para decifrar o significado de uma mandala. Precisamos entender os significados das cores, números, animais, etc. Assim poderemos entender a nos mesmos.Pode utilizar também de formas verbais e racionais de pensamento, faça uso de palavras associações e amplificações para tornar mais clara a informação que ela contem. Ajuda a entender as mensagens do inconsciente codificada em símbolos.As cores, os números  a cor do circulo,as lembranças que vem a mente,esses conjuntos pessoal de significados fornecerá indícios importantes do significado de sua mandala.

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